sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Bem Vinda à Vida '

Desejo é algo subjetivo pois apenas eu, somente eu sinto desejo de viver e dentro do meu espírito sinto algo latente que bate no meu peito é como se me lembrasse deixando ciente da minha perda e ao mesmo tempo quase que inconsciente eu sigo essas batidas como um tambor, que o meu ser faz o ritmo e que minha tristeza começa a se transformar em dança a dança pela vida a magia dos acordes tirados dos meus suspiros compassados, não me importo onde danço se é agora ou no futuro, na chuva ou na terra quero apenas seguir as batidas e não perder o tom flutuar nos acordes melodiosos e dançar rodopiar e ficar em festa atordoada com o viver, vida vida vida, como és Divina tão bem vinda, vou voar com a dança me vestir de cores tocar o arco-íris e descer pelas cordas da música volver sentir e ouvir o latejar da vida me acordando pulsando para viver e eu apaixonadamente ouço o som vou procurar escalar até encontrar o vinho da vida me banhar no poço fresco de verberas e venerar Aquele que me deu vida e adora-lo eternamente para dançar o fôlego da vida.






Por:Dora Padã
data :28/02/09

Passos Profundos

Sinto a vida ir e vir como num balanço como se brincasse comigo, fecho meus olhos e o vento me faz acariciar o ar como se num segundo eu não fosse mais toca-lo, quando o balanço me traz de volta fico sem vida, o ar que me mantinha viva fica indeciso e passos e compassos do meu coração lutam para não deixar (esse) vento ir, então bem no fundo da minha vida embrulhada pelo desgaste da dor ela explode com gosto, com gozo como se aquele balançar nunca mais fosse parar e eu em êxtase beijo o vento como se ele precisasse de mim para viver e de repente ele (vento) percebe minhas intenções e me joga com força do balanço então caio quase sem ar,então revido ao vento com meu olhar gelado como que odiando ter que abandonar quem sabe para sempre o balançar, ou até que o vento sinta falta de ser afagado pelos meus dedos gelados e nós dois, eu e o vento possamos caminhar juntos sem medo dentro do redemoinho do tempo e esquecer que um dia nossos passos foram profundos. 




Por:Dora Padã 
27/04/08

A lição

Não me lembro onde li esta frase mais senti que me cortou profundamente e depois de muito tempo virou tatuagem, mais me recordo bem que foi um pedaço muito pequeno de caco de vidro transparente e se não fosse pela tatuagem diagonal que deixou eu teria me esquecido, mas esse escritor sensível me fez acreditar não no corte em si mas no pequeno vidro transparente, ele disse :"vidros transparentes não tem vida,gostaria de cacos coloridos para eu ver o lado belo da vida ",concordei com ele, vidros transparentes não tem lhano são pretensiosos. Descobri que no mosaico da minha havia muito vidros coloridos, e que alguns tinham até alto relevo, fiz uma longa viajem de volta na vidraçaria do meu passado e nesse escrutínio do meu intimo para minha surpresa notei cacos minúsculos mais coloridos e ... Fiquei pasma por ter dimensões tão medíocres e ordinárias quanto há alguma fatia de minha vida mas casualmente me recordei que sempre me machucava não com os cacos ordinários mais sim com os transparentes grandes e pontiagudos. Quando os momentos eram felizes eu me cortava quase se querer com os coloridos,e momentos ou seqüência de dores eram com os transparentes mas  por quê? bem, na minha ignorante visão e pela maneira egotista de encarar a vida não os notava por isso me feriam, estava sempre vivendo momentos felizes e até ímpar e deficientemente não via o lado belo da vida, aprendi uma grande lição da frase verdadeira de um escritor "eis que tudo é vaidade",e que a nossa vida é curta quando deixamos que a mesmice da transparência nos fira e que a vida embora longamente breve é um dom colorido e os cacos ou dores nos dão uma chance única de formarmos nosso ímpar Mosaico da Vida, mais com uma ressalva em alto-relevo.




Por:Dora Padã

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vestida de Vidro '

Sinto a vida ir e a vejo voltar dura e brava com o sangue frio no olhar que me mete,medo mas enfrento. Travo uma luta ferrenha banhada de ferro e sangue vestida de vidro, meu escudo é de papel sou guerreira de areia trago algemas de nuvens onde cada elo da corrente contém a tempestade sinto horror,como o medo é medonho minha carne treme como os tambores na batalha.Meus olhos transpiram ira aguardando arredia o extermínio final onde não há vencedor, que a vida pudesse me levar desse campo de batalha cheirando sangue e no calar da noite meu resgatador acolheria meus ossos frios e com hálito de fogo me levaria em suas asas e então me soltaria livre com meus olhos castanhos,de baixo de uma castanheira vou enterrar minha dor na árvore da vida e descansar serena na esperança de que o tempo goteje seu orvalho na terra e me faça brotar guerreira.






Por:Dora Padã